Acessibilidade nos recintos desportivos: novo relatório do Obi.media para a Access Lab identifica principais obstáculos à fruição

Como são as experiências de pessoas com deficiência, surdas e neurodivergentes no contexto futebolístico? Foi esta pergunta que norteou o novo estudo conduzido pelo Obi.media, pelas mãos dos investigadores Dora Santos-Silva e José Sotero, para o Access Lab, publicado hoje, 20 de outubro, Dia Nacional das Acessibilidades.

O relatório apresenta um mapeamento das condições de acessibilidade em recintos desportivos portugueses a partir das experiências reportadas por 96 pessoas com deficiência, Surdas e neurodivergentes que assistiram a espectáculos de futebol.  O inquérito por questionário foi aplicado entre janeiro de 2024 e junho de 2025.

Embora a investigação tenha tido, à partida, como base recintos desportivos que comunicam ser acessíveis a estas comunidades (senão, os participantes não os escolhiam), subsiste uma lacuna quanto à qualidade dos acessos, o que se traduz em barreiras à fruição plena dos eventos desportivos, sugerem os resultados. Algumas das dificuldades  relacionam-se, por exemplo, com o processo de aquisição do bilhete (17,7%), informação sobre programação acessível ou filas de bar adaptadas (apenas 20,8% e 17,7%, respetivamente, encontraram informação sobre estes acessos). Quase metade dos inquiridos (46,9%) referiu ter necessitado de apoio por parte dos assistentes disponíveis para aceder a informação ou deslocar-se nos recintos. Mais de 40% não acederam a dispositivos ou condições para apreciar melhor o evento.

Este relatório é o quarto desenvolvido pelo Obi.media para o Access Lab. Os três anteriores centram-se nos obstáculos à fruição da cultura e na perceção e práticas dos profissionais da cultura no âmbito da acessibilidade cultural.