As muitas dimensões do multiverso
Graças a Mark Zuckerberg e ao rebranding do Facebook, a discussão sobre a transformação digital que se avizinha deixou a esfera académica e experimentalista para chegar ao grande público. Não foi cedo demais.
De uma forma simplificada, pode dizer-se que o multiverso equivale à concretização das promessas dos últimos anos: tecnologias como a inteligência artificial, a internet das coisas, o 5G, a realidade virtual e a aumentada uniram-se à computação na nuvem, à blockchain e à superior capacidade de processamento para criar uma camada digital perene, permanente e omnipresente.
Ela corresponde à deriva que a humanidade tem vindo a traçar, caminhando decisivamente para uma profunda interação entre o físico e o digital – em que o elemento comum é o humano que se move de forma cada vez mais subtil entre ambos os espaços.
Tal como hoje já conduzimos grande parte da nossa vida profissional e social nos meados da internet, também assim será nos tempos do multiverso.
A diferença, que não é de pormenor, é que iremos largar o ecrã e aproveitar as realidades digitais de forma imersiva, multiplicando as interações virtuais.
O termo até pode ter nascido na ficção científica, mas a sua construção começou muito antes, nos laboratórios de universidades e empresas; e os frutos que se começam a colher hoje estão a redefinir a relação da humanidade com o que é tangível. O multiverso é uma camada fundamental da realidade humana, sempre ativa, síncrona e com muito mais (e melhor) conteúdo do que a internet possui hoje; enquanto experiência que cruza os mundos físico e digital, permite operar em diferentes dimensões, abrindo caminho para redefinir conceitos e agitar os pilares da modernidade social e individual.
A inevitabilidade tecnológica impõe à academia o imperativo da investigação, porque está quase tudo por desbravar. O desafio, para cidadãos e instituições, é imenso. E é por isso que o ObiMedia dedica uma das suas linhas de investigação ao multiverso e às suas múltiplas facetas.